domingo, 2 de junho de 2013

RJ já tem 50 escolas fechadas; nova unidade extinta fica no Centro da cidade

Fechamentos prejudicam alunos que trabalham durante o dia e precisam estudar à noite

O número de colégios da rede estadual do Rio fechados pela Secretaria estadual de Educação chegou a 50 este mês. Conforme vem denunciando o jornal do Brasil um processo de "otimização" da rede e corte de gastos vêm sendo feitos nos últimos 18 meses pelo secretário estadual de Educação, o economista Wilson Risolia. 
Desta vez, o Colégio estadual Vicente Licínio Cardoso é que está na mira do governo do estado. Um comunicado anunciando o processo de extinção foi entregue ao diretor da unidade no último dia 20. O colégio é um dos que funciona em prédio da Prefeitura, à noite, e atende alunos dos 17 aos 50 anos, todos matriculados no Ensino Médio.  A maioria vive nos morros da Providência e da Conceição. 
O número de colégios da rede estadual do Rio fechados pela Secretaria estadual de Educação chegou a 50 este mês
O número de colégios da rede estadual do Rio fechados pela Secretaria estadual de Educação chegou a 50 este mês
Conforme contou o diretor da escola, Luiz Carlos Torres, a unidade tinha cerca de 500 alunos até o final do ano passado. No entanto, o colégio teve que sair do bairro da Saúde, onde funcionava desde sua fundação, porque a Secretaria Municipal de Educação do Rio pediu que o prédio fosse desocupado. Logo depois, os 500 alunos foram transferidos  para o prédio da Escola Municipal Darcy Vargas, no mesmo bairro. Com a escola cercada por cracolândias, os professores decidiram fazer paralisações para conscientizar o governo estadual sobre a necessidade de policiamento pelo menos nos horários de entrada e saída de alunos e mestres. A solução da secretaria, no entanto, foi transferir os alunos para uma escola na Praça da República.
Com a mudança para uma escola que fica a uma distância de três quilômetros da unidade anterior, restaram apenas 40% dos alunos matriculados no C.E Vicente Licínio Cardoso, que atualmente vem funcionando no prédio do C.E. Júlia Kubitschek. As duas escolas dividem o mesmo prédio, que pertence ao governo do Estado.
"No ano passado, tiraram a nossa escola do seu endereço de sempre, na Saúde, e não nos deram explicações. Houve boatos de que a Prefeitura estava cobrando o prédio de volta, mas nada foi oficial. Depois, nos remanejaram para uma escola que à noite era um celeiro de cracolândias. Claro que não havia como continuar ali. Porém, a transferência para outra escola, mais longe, fez com que muitos alunos deixassem de frequentar as aulas neste ano. São alunos que trabalham durante o dia e saem em cima do horário para terem aulas. Não podem estudar tão longe de casa", destaca o professor Luiz Carlos Torres.
O professor sugere ao governo do Estado que faça um levantamento de quais áreas da cidade tem maior carência por escolas antes de sentenciar os fechamentos de algumas unidades.
"No início deste ano, tive que rejeitar muitas matrículas de alunos que pretendiam terminar o Ensino Médio porque o destino do colégio estava incerto. Há uma demanda por uma escola noturna de Ensino Médio no bairro da Saúde. Com a mudança da escola de endereço, esta demanda não é atendida. Ou seja, os alunos são praticamente obrigados a estarem fora da sala de aula. Isso não devia estar acontecendo", critica.

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